sexta-feira, 5 de junho de 2015

Pronto, vou meter-me na boca do lobo: A aliança das mães. Estamos ou não todas no mesmo barco?

Ainda nem vi a reportagem de ontem na SIC sobre as cesarianas e já estou irritada. Claro que também há a questão do Jesus e do Sporting e uma pessoa só tem determinado limite para aturar disparates, mas isso será assunto para mais tarde.
Quando fui mãe descobri todo um mundo que desconhecia. Estudei até aos 15 anos em colégios só de raparigas por isso era uma espécie que conhecia bem. Fiquei surpreendida ao descobrir como as relações entre as mulheres mudam e se estreitam quando se é mãe. Os grupos nas redes sociais são prova disso. Qualquer dúvida que se tenha, por mais justificável ou mesmo parva que seja, há trinta mães a tentar ajudar. Quando se é mãe, é-se mãe. E isso coloca-nos em posição de igualdade. Uma mãe é igual aqui como noutra parte qualquer do mundo. É igual quer esteja desempregada, tenha um trabalho aborrecido ou um emprego cheio de pinta. É igual quer use esta ou aquela marca. Nada disso importa quando os sentimentos e as preocupações são os mesmos. As mães entendem-se.
Ups, não. Depois descobri outro lado. O lado das mães que sabem mais que as outras e que não hesitam em julgar e condenar quem pensa ou faz diferente. Descobri um torcer de nariz em reprovação que nunca tinha visto. Porque às vezes não há palavras, mas há aquele nariz de lado em jeito de condenação e desprezo. Fez cesariana? Não amamentou? Pronto, vai para o livro das excluídas. Estas não são boas mães, não podem fazer parte da aliança. Mãe que é mãe tem que sofrer, tem que ter histórias horríveis de partos dolorosos e demorados, tem que amamentar os filhos em exclusivo pelo menos até aos 6 meses e dizer que adorou e foi a melhor experiência do mundo. Porque ser mãe é isto, é ter dores e sofrer e passar dificuldades, e quem tem histórias felizes ou faz as coisas um bocadinho ao lado não pode ser boa mãe.
É impressão minha ou estamos com os conceitos e os valores trocados? Se calhar já está na altura de pararmos com isto, não? Pela primeira vez, escrevo um post no Guia das Mulheres Para Totós, em que as totós são mesmo as mulheres. E custa-me, mas são. Somos todas mães, queremos o melhor para os nossos filhos. É isso que nos torna iguais. Os comentários que oiço e leio deixam-me totalmente incrédula. A sério que uma mãe que fez uma cesariana (seja por que motivo for) é inferior a outra que passou por um parto natural?  A sério que não devia nunca ser dada à mulher, devidamente informada, a hipótese de escolher o tipo de parto que pensa ser melhor para ela? E como é que as opções de uma mãe conseguem irritar assim tanto outra mãe? Somos todas Maria Capazes, somos isto e somos aquilo. Mas também somos as primeiras a apontar o dedo. E digam-me lá, mães perfeitas que tudo sabem, ensinam ou não aos vossos filhos que apontar é feio?

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O problema é a falta de valores

Esta questão de regressar ou não ao blog tem muito que se lhe diga. Claro que faz falta, claro que as saudades estão cá, claro que me divirto imenso a ler coisas antigas que se não estivessem aqui nem me lembrava (ou invisto em mais blog ou invisto em Memofante, uma delas vai ter que ser). Mas dá tudo tanto trabalho e é tão complicado. Agora é preciso o facebook e o twitter e o instagram e sei lá mais o quê e duplicar conteúdos em todos os lados e colocar metade aqui mas a outra metade se quiserem vão ler para outro lado, e quem é que está para isso?? Já para não falar no aspecto do blog, coitadinho, tão antiguinho. E depois são as guerras. Ah, as guerras. Lembro-me de ter orgulho em ter um blog sem moderação de comentários. Era tudo muito bonito até ao dia em que quebrei uma regra e coloquei uma fotografia do meu casamento. Aí mudou tudo. Que o vestido era piroso, que eu tinha barriga, sei lá mais o quê. Bem, não mudou tudo, porque continuámos sem moderação de comentários. Quero lá saber, há espaço para a opinião de todos. Mas a verdade é que atrás dos teclados somos todos os maiores e a dor de cotovelo pela blogoesfera é imensa.

Pensava eu isto, que as pessoas andavam chateadas em geral e então vinham descarregar para a internet, quando me deparei ontem com três bombeiros aflitos na rua à procura da chave de uma ambulância. Aparentemente enquanto iam buscar alguém que precisou de ajuda, um condutor aborrecido por não poder passar na estrada, resolveu roubar a chave da ambulância e pôr-se a andar. Por outro lado, suponho. Portanto nem é só a internet. É mesmo tudo em geral. Não há valores. E agora eu quero regressar e meter-me mesmo na boca do lobo?

Bem, a Belota sempre gostou de um desafio...

terça-feira, 2 de junho de 2015

Eu não poderia ter dito melhor


No meio desta palhaçada que aconteceu numa escola de Portalegre e que eu descobri através de uma ligação para o facebook de uma pessoa que não conheço, leio um comentário de mais alguém que eu não conheço a dizer com imenso sentido de humor "repara que quem arremessa pedras de papel são meninas... nós vamos mesmo dominar o mundo". Muito bom pessoa estranha do facebook. Não nos conhecemos. Mas podíamos ser amigas.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia da Criança. Ou como as coisas mudam.

Todos os anos por esta altura vinha cá deixar a mesma piada. Desejar um bom dia a todos os homens que conhecia. Está bem, era sempre a mesma coisa mas não deixava de se aplicar e o humor também se faz por repetição. Este ano estamos todos a tentar despachar o trabalho mais cedo para irmos brincar com a coisinha de 15 meses que celebra mesmo este dia. Agora que penso nisso, devia ter comprado um presente para o pai também. Ou a categoria adolescente já não cabe no Dia da Criança?